Qualquer referência à área científica da Psicofísica resulta, invariavelmente, em alguma estranheza por parte do ouvinte, fruto da indevida (leia-se, ausente) divulgação desta, seja na comunidade científica em particular, seja da população
Interponho com as colocações de Rajneesh.
Ele nos convenciona que “a melhor maneira para perder a vida é ter uma determinada atitude em relação a ela.
Porém as atitudes se originam na mente, e o segredo da vida está além da mente. Atitudes são nossas fabricações, nossos preconceitos, nossas invenções. A vida não é nossa fabricação; pelo contrário, nós somos apenas pequenas ondas no lago da vida.
Que tipo de atitude pode ter uma pequena onda do oceano em relação ao oceano? Que tipo de atitude pode ter uma folha de grama em relação à terra, à lua, ao sol, às estrelas? Exceto o homem, tudo no Universo é programado.
Cada indivíduo humano deveria pensar como se fosse a primeira pessoa sobre a terra – o Adão ou a Eva. Então poderemos nos abrir a infinitas possibilidades. E ficaremos vulneráveis, disponíveis; e quanto mais vulnerável e disponível nos tornarmos, maior será a possibilidade da vida acontecer.
As atitudes funcionam como barreiras; assim a vida nunca o alcança tal como ela realmente é – ela tem que se ajustar à sua filosofia, religião, ideologia, e neste próprio ajustamento alguma coisa morre. Acabamos ficando com um cadáver nas mãos. Pode parecer vida, mas não é. E é isso que as pessoas tem feito através dos tempos. Cada ser humano vive de acordo com sua cultura, que cria suas próprias atitudes distorcendo e interpretando-as a seu modo.
Rajneesh faz uma analogia a um rei fantástico que possuía uma linda cama de ouro, extremamente preciosa, incrustada com milhares de diamantes; sempre que havia um convidado no palácio, o rei lhe oferecia a cama. Mas ele tinha uma atitude singular: o convidado tinha que se ajustar à cama. Se o convidado fosse um pouco mais comprido, o rei o cortaria no tamanho devido. Evidentemente, a cama era tão valiosa que não podia ser trocada, mas o convidado tinha que ser cortado de acordo com a cama – como se a cama não existisse para o convidado, mas o convidado existisse para a cama! É muito raro, é quase impossível encontrar um homem que se ajuste a uma cama pré-fabricada. A pessoa média não existe, lembre-se: a pessoa média é uma ficção, e a cama foi feita para uma pessoa de tamanho médio. O rei era um matemático – grandes cálculos haviam sido feitos. Ele tinha medido a altura de todos os cidadãos de sua capital, e essa altura foi dividida pelo número de cidadãos. Então ele chegou a uma média fixa. Ora, na capital havia crianças pequenas, jovens, velhos, pigmeus, gigantes, mas a média é uma coisa totalmente diferente. Não havia uma só pessoa, em toda capital, que fosse realmente a média. Assim, todo aquele que era convidado, estava
Quando possuímos uma determinada atitude em relação à vida, acabamos perdendo a própria vida. A vida é vasta, nenhuma atitude pode contê-la; é excêntrico colocá-la dentro de uma determinada definição.
Nossa atitude pode incluir um certo aspecto, mas tratar-se-á apenas de um espectro. E a tendência da mente é proclamar que dado aspecto é o todo e, no momento que o aspecto é considerado como o todo, perde-se apropria conexão com a vida. Então passamos a viver cercados por atitudes, em um tipo de casulo, encapsulado; e seremos infelizes. Então, todas as suas assim chamadas religiões, ficarão muito felizes, porque é justamente isso que elas têm dito a você: que a vida terrena é infelicidade.
As atitudes são astutas: você já chegou a determinadas conclusões e, naturalmente, se essas conclusões já existem a priori dentro de você, você as terá confirmado pela vida. Não é que a vida as confirme, mas a sua mente tentará encontrar maneiras e meios, argumentos e fatos para sustentá-las.
É melhor não rotular a vida, é melhor não lhe dar qualquer estrutura, é melhor deixá-la em aberto; é melhor não categorizá-la. As coisas terão uma experiência mais cósmica, porque as coisas não estão realmente divididas.
Todos nós temos atitudes: esta é a nossa angustia. Todos nós olhamos a partir de um determinado ponto de vista; por isso a nossa vida se torna vazia, porque cada aspecto pode, no máximo, ser mais líquido, mais fluido; deve derreter-se mais, fundir-se mais.
Não estamos aqui para sermos censores.
Não tomemos a vida como um problema, ela é um grande quebra-cabeça, e para montá-la precisamos de todas as peças”.
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