01/11/2008

Como se caracteriza a crise da meia idade?



A crise da meia idade se caracteriza pela percepção e introspecção de uma determinada situação traumática ou natural que ocorre e desencadeia a necessidade de mudanças.

Todas as alterações geram um desequilíbrio, o qual se faz necessário que se estabeleça novamente, porém de forma diferente ou com um olhar diferenciado para a mesma situação.

Diante deste conglomerado que surge na meia-idade, aparece o medo de não ter tempo, ou de ter que renunciar ao que já conseguiu. Esta relação com o tempo e com os desejos não satisfeitos pode levar a diferentes situações que vão desde estados depressivos até comportamentos que tentam demonstrar que “ainda se está em forma”, tais como: formar uma nova relação com um par mais jovem, ter outros filhos, recorrer a cirurgia plástica e recursos relacionados à beleza, ativar as ambições querendo realizar com urgência os planos que fez até agora, no trabalho, lazer, cultuar, educação e outros. Todos estes “conflitos” relacionados à meia-idade, coincidem com as crises hormonais, com a consciência do próprio corpo, os cabelos brancos, rugas de expressões, pais velhos ou falecidos, filhos adolescentes ou procurando sua independência, talvez já casados ou fora de casa por outros motivos, que podem ser acompanhados de netos.

A meia-idade implica em revisão de mudanças e possibilidades de mudar rumos, de dar novos significados a vida, propor novas metas, novos percursos, porém de maneira diferente. E isto depende de cada um, das aprendizagens que soube tirar das experiências dos novos ideais que se propõem, da criatividade para enfrentar e lidar com as mudanças que geram ansiedade.

Nos últimos anos, pesquisadores têm questionado se o ambiente social é a única causa das especificidades de comportamento de cada sexo. Recentes pesquisas mostram que os homens são por natureza diferente das mulheres, que traços comportamentais desta diferença se manifestam desde o nascimento.

Mas não podemos deixar de levar em conta o contexto histórico-social em que ambos os sexos estão inseridos. Sabemos que existem grandes variações no comportamento de cada sexo e que estas são resultantes da influência de fatores sociais e culturais. Essas diferenças têm sido muitas exageradas em nossa cultura, atribuindo aos representantes de ambos os sexos características masculinas e femininas, que não são traços sexuais, mas sociais.

Desde cedo, o menino e a menina são educados conforme a linha das respectivas características que a sociedade julga ser própria de cada sexo. Porém, o papel masculino acaba se salientando em relação à suposta inferioridade da mulher internalizada pelas meninas desde cedo.

A mulher se apresenta historicamente como principalmente dedicada ao lar, enquanto o homem pertence ao mundo profissional, o que corresponde a uma ausência da mulher no mundo do trabalho e a uma omissão do homem em relação ao universo familiar. Tudo isso a criança, menino ou menina, acompanha desde o nascimento, internalizando as características próprias de cada sexo, criando a sua identidade de gênero.

Quando se vive uma vida de condicionamento segundo suas opções e de acordo com a cultura, fica difícil ver a luz no fim do túnel. Se agir de forma diferente, seria como andar na contra mão e ser: supostamente atropelado por todos que estão no caminho.

Como as mudanças se caracterizam na percepção do tempo?

Caracteriza-se pela percepção, seleção, aquisição, transformação e organização das informações fornecidas através dos nossos sentidos.

Quando tomamos consciência de nossas mudanças, que são causadas por objetos do meio exterior, nos confrontamos com elementos internalizados de situações baseadas em sensações acompanhadas de representações e de juízo, tomamos a decisão de resgatá-la.

A percepção não é uma fotografia dos objetos do mundo determinante e nem exclusividade das qualidades objetivas do estímulo.

Na percepção, acrescentamos aos estímulos elementos da memória, do raciocínio, do juízo e do afeto. Portanto acoplamos às qualidades objetivas dos sentidos outros elementos subjetivos e próprios de cada individuo (sensação mais significado que são resultantes da experiência).

A sensação é a consciência dos componentes sensoriais e das dimensões da realidade (recepção e informação) objetiva.

Dependendo da aceitação e de tudo o que esta envolvido, a “rebelião interna e a não aceitação” pode passar a ter uma grande dimensão, que pode ficar internalizada ou exteriorizada, podendo gerar alguns estados patológicos, como: estados depressivos com isolamentos, ansiedade, esquizofrenia, agressividade, negligencia, revolta consigo mesmo e com o outro.

O ser humano percebe o que é mais forte nele (percebemos o que queremos).

O relacionamento saudável é aquele em que as pessoas se apóiam mutuamente e atuam em conjunto para desenvolver confiança, sinceridade, dar o sentido de individualidade, a capacidade de se incentivar reciprocamente e a consciência plena de si mesmas e de sua relação.

Mudança na sensação de utilidade x estagnação:

O individuo é o produto e o produtor, e ao mesmo tempo é o ciclo rotativo.

Quando surgem as situações que nos impediam, seria o mesmo que dizer: “é assim que me vejo”, onde a resposta do interlocutor pode ser de confirmação: “você tem razão”; de rejeição: “você não tem razão”; de desqualificação: “é assim que eu te vejo”.

A consciência que se tem de si mesmo nasce numa relação de comunicação que se tem com o outro.

As manifestações da polaridade das tendências auto-afirmativa e negativa, que encontramos em vários fenômenos da vida, assumem diferentes formas de níveis, e “sensação de utilidade x estagnação”.

A maioria das pessoas tende a “captar” apenas os próprios sinais ou os sinais que lhe são enviados por outros durante uma conversa.

Outras estruturas de vida baseiam-se em crenças morais e éticas que governam a percepção que o indivíduo tem da sociedade e como esse individuo quer se comportar no seio da estrutura social.

Estes princípios ou regras, ajudam a dar ordem à vida, fornecem padrões de acordo com os quais se opta viver, e determinam as linhas gerais de suas interações.

Ao desenvolver esta intuição ou percepção, ela se transformou em uma espécie de rádio que recebe sinais enviados para todas as direções. Alguns destes sinais vêm das pessoas; outros de si mesmo; alguns vêm do mundo a sua volta.

Desmistificação dos sonhos?

Quando somos forçados a escolher, muitas vezes não paramos para ouvir a voz que vem de dentro, para examinar todas as alternativas possíveis e avaliar as conseqüências.

Nossas escolhas evidenciam nossos avanços ou nos mostram a necessidade de passarmos mais tempo reverenciando o nosso próximo.

Se nos dispusermos a fazer escolhas conscientes, estamos mostrando nossa capacidade de encontrar novas formas de viver e de ser.

Sabemos que precisamos fazer escolhas, mas o problema é o medo de fazer a escolha errada, medo de trocar o velho pelo novo, o conhecido pelo desconhecido.

A essência da escolha consiste na habilidade de expressar nossos desejos e de pisar em território novo e desconhecido, sem prejudicar o outro. Escolher seguir certo rumo ou se envolver com uma nova atividade, faz com que percebamos que essa escolha contenha uma lição a ser aprendida.

Às conseqüências de nossas escolhas, nos ensinam a viver em harmonia com ela mesma. Cabe a Nós a decisão.

E as escolhas que fazemos, quer tenham sido forçadas ou refletidas, resistentes ou corajosas, nos levaram a um nível de compreensão que, em última instância, afeta toda a nossa maneira de encarar a vida.

Quanto ao que resolvermos fazer (e a forma como fazer), por não atender mais aos nossos objetivos de vida, precisamos escolher algo diferente. Significa que tomamos consciência dos padrões de comportamento repetitivos e frustrantes, escolhendo mudá-los para “resgatar nossos sonhos”.

Quando escolhermos conscientemente o crescimento, em lugar da paralisação e do medo, admitimos que a nossa decisão mostre a lição que precisava.

Escolher saber a verdade a seu respeito, é o que nos dá a capacidade de lidar com as conseqüências de nossas escolhas, de uma forma muito mais fácil do que a imaginada.

Nos dispormos a escolher conscientemente, leva-se uma enorme vantagem, porque, sempre que percebermos que o que foi escolhido não servia para o nosso bem, teremos a capacidade, o direito e o poder de fazer outra escolha, “resgatando nossos sonhos”, os quais nunca mais serão observados ou vividos da mesma forma que haviamos idealizado.

Uma das situações que se percebe com este foco auto-reflexivo é que quando se tem uma hipótese, ela parte da percepção, levando-se muito tempo para dar-se conta de que não era a qualidade da hipótese o que fazia a diferença e sim que a diferença se fazia pelo contraste (a relação) entre a sua hipótese e a sua contenção com os outros.

Esta é uma forma de construir vínculos, estabelecer uma conexão com o sistema e não um passo para a descoberta da história real. .

O mundo em que vivemos é uma verdadeira selva de signos, símbolos, tipos e enigmas contidos nas mensagens que trocamos. Dominados por milhares de armadilhas, nas quais acabamos caindo.

Não tem como se estruturar uma personalidade senão na relação, no tecimento, no compromisso ontológico com os outros. É através das mediações, de pessoas através das quais possa constituir-se alguém e desenvolver um modo de ser, que a personalidade humana se constitui.

A liberdade de não poder fazer o que se quer, envolve o conflito entre a razão e emoção.

Emoção é o que rege a felicidade. Precisa de um motivo; condição interna relativamente duradoura que leva o indivíduo e o predispõe a persistir num comportamento orientado para um objetivo, possibilitando a transformação ou a permanecia da situação. O que determinará será a motivação direcionada do objetivo ou meta. A emoção parte do sentimento. Estados emocionais e sentimentos formam a afetividade. Emoção é a mais intensa e, menos duradoura, os sentimentos são menos intenso e mais duradouro. Ex: emoção – paixão x sentimento – amor.

A cultura reprime, controla as emoções, os valores, preconceitos e a moral que precisam ser constituídos.

Não é possível destitui-se a emoção da razão. Obedecer quando se está motivado. Se for obrigação ou por obrigatoriedade, não será desejo próprio, resultará em conflito.

“O importante não é enxergar novas paisagens e sim com os mesmos olhos enxergar a mesma paisagem com um outro olhar”. NeideCosta

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