18/11/2008

PSICOSSOMÁTICA




A correspondência da “Psicossomática” é a “Relação mútua entre os fenômenos psíquicos (normais, anormais e psicológicos) e os estados corporais (somáticos)”.  

Os distúrbios da psicossomática são causados por uma combinação de fatores orgânicos e psicológicos. Nas perturbações de natureza psicossomáticas podem ocorrer mudanças de tecido, como no caso das úlceras gástricas. Certos distúrbios psicossomáticos, como as reações alérgicas, são claramente desencadeados pela invasão de proteínas estranhas ao corpo, contudo o estado psicológico do paciente influi imensamente no modo como reage a essas substâncias.

Descarte, em 1637, formulou uma distinção radical entre mente-corpo, pois se, conforme a psicogênese, os fenômenos corporais podiam causar doenças, portanto o dualismo cartesiano é compatível com esta noção, desferindo um golpe na visão holística do homem e nos conceitos relacionados em Medicina e Psicologia. Esta visão dualista cartesiana exerceu grande influência na Medicina Moderna, o qual levou a emergência da Medicina psicossomática como uma reação contra ele.

O conceito de psicogênese implica a crença de que os fatores psicológicos podem causar doenças físicas, ou seja, sentimentos como a tristeza, raiva, rancor, medo, etc., constituem uma classe de causa das doenças e estas deviam ser diagnosticas e tratadas.

Os filósofos gregos faziam uma distinção entre mente e corpo, não percebendo o homem como unidade, mente-corpo.

O holismo, termo derivado de holos, foi introduzido por Juan C. Smuts (1870 – 1950). O conceito holístico foi explicitamente endossado por todos os pioneiros no novo campo, independente das aproximações. O conceito que assegura unidade mente-corpo, antidualista e anti-reducionista constituem a segunda grande conotação do termo psicossomático o qual é utilizado por parte dos profissionais nos dias atuais. Embora, sua adesão costuma ser muito mais teórica do que aplicada na prática.

Psicossomática é ao mesmo tempo filosofia, porque define um conceito de ser humano, e ciência porque possui como objeto os mecanismos de interação entre as dimensões mental e corporal da pessoa., esta é uma definição clássica que já está ampliada, também para a extensão contextual, relacional ou sócio cultural, ou seja, estuda como o fator corporal está integrado no fator psíquico, que por sua vez, está integrado no fator relacional e ambiental. Esta integração biopisicossocial é o objeto da ciência psicossomática.

 

A moderna Medicina psicossomática, fundada no início da década de 1930, reflete a confluência da psicogênese e do holismo, tais conceitos sempre estiveram, de alguma forma, presentes desde o início da prática da Medicina e foram formulados de forma rudimentar na Grécia Antiga, há aproximadamente 2.500 anos. Tiveram evolução e penetração distintas ao longo dos tempos e influenciaram os fundamentos conceituais da psicossomática, na forma de duas conotações, também distintas, que o termo psicossomático acabou adquirindo.

Cada uma das “disciplinas” que com ela trabalham, o define de acordo com suas posições aprendidas, havendo por isto, inúmeras acepções de seu conceito, visto que o mesmo termo é utilizado de formas diversificadas.

Com a manifestação da Psicanálise, a noção de psicogênese tomou nova feição.

Segundo Schiller (1991), doenças psicossomáticas são todos os processos orgânicos patológicos de origens psicológicas, causadas por estresse, Ansiedade, depressão, etc. Esses fatores determinam uma ativação inadequada do sistema neurovegetativo e das glândulas endócrinas. Sua repetição pode levar as alterações crônicas, tanto funcionais como anatômicas, dos sistemas orgânicos.

Diversos tipos de problemas gastrintestinais, afecções dermatológicas e alterações neurovegetativas são alguns dos transtornos orgânicos que têm origem em desequilíbrios provenientes dos processos mentais.

Verifica-se que, durante os estados de alteração orgânica, como sentir medo, ira, etc., produz-se de forma imediata uma modificação nas constantes vitais do corpo humano, como a pressão sangüínea que se eleva, o ritmo respiratório que se acelera, produção de secreções, como a transpiração e a descarga de adrenalina. Esta preparação fisiológica para situações de emergência, constitui uma resposta transitória, que atua enquanto as circunstâncias externas adversas ou ameaçadoras tenham deixado de existir. Podendo, este estado biopsíquico perdurar a ponto de se tornar habitual. Os mecanismos neuro-hormonais se alteram e exercem sobre os órgãos e tecidos uma pressão superior à que se requer para seu funcionamento normal.

Ao rever historicamente os fatos, observou-se que o homem sempre lutou contra a doença e em um sentido mais amplo, lutou contra a morte, com o intuito de preservar a vida. Lutou contra a doença dos modos mais diferentes, em cada época e cultura, com um único objetivo, o de preservar a vida terrena. “Entende-se por doença, a desarmonia orgânica ou psíquica, que, através de sua manifestação, quebra a dinâmica de desenvolvimento do individuo como um ser global, gerando desarmonização da pessoa; compreende-se este desequilíbrio como um abalo estrutural na condição de ser dentro de sua sociocultura.

Na cultura ocidental, a visão de doença é diferente da cultura oriental. Na cultura oriental, busca-se ler o organismo focalizando a integração corpo e mente dentro de sua condição antropológica; e na cultura ocidental, ocupa-se, muitas vezes, da doença em si, do órgão prejudicado, fazendo a dualização corpo e mente, deixando de lado a história pessoal, familiar ou social. Estas questões: da história pessoal familiar e social é constituída pelo modo de existir e adoecer, no qual estes se portam de maneira própria, original e individual.

Correlacionando com os referenciais teóricos até o momento pesquisados. Conclui-se que desde os primórdios até os dias atuais, conota-se que, os campos de atuação dos profissionais da Medicina TradicionaL Chinesa e da Psicologia são as influências  biopsicossociais geradoras da psicossomática.






"Não mude sua natureza. 

Se alguém te faz algum mal, apenas tome precauções. 

Alguns perseguem a felicidade, outros a criam.

Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. 

Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. 

E o que os outros pensam, é problema deles."

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