02/10/2008

Quantos sentidos temos realmente?



                      Os espantosos sentidos da vida — Você os aprecia?


Olhar, escutar, tocar, tremer, ficar tonto – e muito mais. 
Os sentidos são a única forma que temos para saber que nós e o mundo existimos. São como uma gangue: além de serem muitos, agem sempre em grupo. E basta acionar um para que todos respondam. 
Nossas interações sinópticas usam todas as percepções para criar um cenário mental da situação, a uma velocidade que a ciência ainda não consegue quantificar.



Nosso cérebro tem a função de gerenciar o funcionamento interno do corpo e o comportamento, ou seja, organizar os mundos internos e externos. Este órgão sintetiza não só os processos propriamente ditos, mas as formas de reunir e decodificar informações, criando soluções para novas situações geradas num ambiente existente, em constante mutação. 
Não tem como se estruturar uma personalidade senão na relação, no tecimento, no compromisso ontológico com os outros. É através das mediações, de pessoas através das quais possa constituir-se alguém e desenvolver um modo de ser, que a personalidade humana se constitui.

O ato de observação já altera o fenômeno. 

Segundo a decadência da ciência, nossa realidade é moldada pela forma de perceber o mundo, através dos cinco sentidos “tradicionais”, os quais são específicos para observar o que vem de fora em direção ao corpo. 


De acordo com a Encyclopædia Britannica, esses cinco sentidos foram alistados pelo antigo filósofo Aristóteles, cuja “influência é tão duradoura que muitos ainda falam dos cinco sentidos como se não houvesse outros”.
Cada pensamento nasce possuidor dos pensamentos precedentes e transmite o que quer que tenha percebido como proprietário seguinte.

 


“O pensar desempenha um duplo papel em relação ao sentir. Quando uma pessoa tenta pensar objetivamente, o pensar se opõe ao sentir. Em outros momentos, o pensamento é subjetivo e altamente colorido pelo sentimento. Ao se pensar subjetivamente a linha de pensamento corre paralelamente à dos sentimentos. Ao se pensar objetivamente ela ocorrerá em direção contrária à dos sentimentos, isto é a pessoa vê seus sentimentos criticamente. Esse duplo papel do pensamento em relação aos sentimentos sugere que haja uma relação dialética entre os dois processos. Demonstram ter uma origem comum no inconsciente, mas divergem e tornam-se opostos ao nível da consciência” (LOWEN, 1984, p. 117). Cada sujeito possui, além da individualidade do pensar e sentir, maneiras de interpretações diferentes para um mesmo objeto.



Memórias são experiências guardadas
Sob códigos, para serem revelados com estímulos.
Durante essa lembrança de um momento no passado, quantos sentidos entraram em ação: 

Apenas os cinco tradicionais: 
Visão, audição, olfato, paladar e tato? 

Nosso cérebro está sempre usando todas as percepções para criar um cenário mental da situação. 
Ao lembrar de um abacaxi, sente-se a textura espinhenta da fruta, enquanto mentalmente seremos capazes de sentir seu cheiro, e salivar ao lembrarmos do sabor doce e ácido. Porém nem toda a situação é semelhante para a mesma pessoa, o processo se diferencia de pessoa para pessoa, alguns são frágeis ao meio em que vivem outros são fortes, outros são fortes mesmo parecendo frágil e tem os que demoram mais para perceberem sua realidade. 
De fato, visto que podemos “sentir” a passagem do tempo, tem-se sugerido que a noção de tempo seja acrescentada à lista de sentidos. 

“Nossa interação com o ambiente é tão eficaz e tão espontânea que é difícil avaliar as extensas operações por trás até mesmo da experiência sensorial mais simples.” — EXTRAORDINÁRIOS ASPECTOS SENSORIAIS: UM MUNDO ALÉM DA EXPERIÊNCIA HUMANA (em inglês).

Os sentidos são a única forma que possuímos para saber que nós e o mundo existimos. 
Este jeito de olhar, sentir e compreender não nascem com as pessoas, eles são o resultado de todo um processo de aprendizagem, desenvolvido dia após dia, desde o nascimento. 
E todo esse aprender é mais complexo do que parece. 
A própria realidade visível, que parece tão sólida e concreta é aprendida.
Um único percepto visual consciente requerer as atividades paralelas e mutuamente influenciáveis de bilhões de células nervosas. 

Como assim? 

O nosso corpo tem também muitos sentidos internos.
Que papel desempenham? 

Os sentidos internos

Sensores internos detectam mudanças que ocorrem dentro do corpo. Eles anunciam coisas como fome, sede, cansaço, dor interna e a necessidade de respirar ou de ir ao banheiro. Em cooperação com o nosso relógio biológico, os sensores internos nos dão a sensação de cansaço, no fim do dia, ou de desconforto, em caso de viagem aérea com mudança de fuso horário. 


Possuímos dons especiais
que nos tornam únicos

 ‘O cientista estuda a natureza porque se deleita com ela, e ele se deleita com ela porque ela é bonita.’ — JULES-HENRI POINCARÉ, CIENTISTA E MATEMÁTICO FRANCÊS (1854-1912).
POINCARÉ admirava profundamente a beleza do mundo natural, em especial “essa extrema beleza” de harmonia e ordem que exerce atração sobre a mente científica. Mas Tais sentimentos de admiração e de reverência são exclusividade humana, superiores à capacidade até mesmo do animal mais inteligente. Mas o nosso interesse no mundo natural é ainda mais profundo. 
Pessoas de reflexão de todas as idades têm perguntado: 
Qual é a fonte do espantoso projeto das coisas vivas? 
Qual é, afinal, a razão da existência das coisas vivas? 
E qual é o nosso papel em tudo isso? 
A ciência e o raciocínio introspectivo não podem responder a essas perguntas. Não é preciso ser cientista para apreciar a beleza e a ordem que nos cercam.

Com o tempo nos tornamos alguém e leva alguns períodos. Em geral quando nos reconhecemos como “real”, nos deparamos com outras situações, as fisiológicas, que já não estão em harmonia com o ser “real” que tanto se buscou. 
É fundamental que se compreenda e se aceite que a essência é mais bela que a aparência e que aquela imagem estreita e inocente está realmente morrendo, tem de morrer, a fim de dar lugar à personalidade plenamente expandida que assumirá todos os nossos lados. Não se trata de um desmantelamento ou de uma renovação. 
São ambas as coisas ao mesmo tempo.
O ideal será procurar a verdade acerca de nós mesmos com vigor e assim ver o mundo numa perspectiva mais real. O que nos impede é esta visão supostamente amadurecida. O que a cultura necessita que façamos, é esbanjar nosso tempo à procura do real, sem atendo-nos as bitolações das regras. 

Quanto mais rica e profunda for uma teoria psicológica acerca de uma esfera fenomenológica específica, tanto maior serão também, é claro, as perspectivas de que descobertas neurocientíficas ajudem a delimitar o espectro das concepções teóricas possíveis.

As atitudes se originam na mente e a vida está além da mente.

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