21/05/2010

PORQUE NÃO SOMOS O QUE QUEREMOS SER?




As atitudes se originam na mente e a vida está além da mente. A elaboração desse “nós” inicia-se na infância ergue as paredes da maturidade e culmina no telhado da velhice, que é coroado, embora seja visto como deterioração.


Durante o período da vida de uma criança, o mundo ao seu redor se decompõe como se fosse em três grupos. A criança, o outro, que consiste em pessoas inteiramente relacionadas com elas, sendo que as suas relações com elas determinam suas relações com o círculo que é formado por todas as demais pessoas, sendo que as relações com essas são mediadas pelas relações que ela estabeleceu no primeiro círculo, mais estreito.
As atividades de cada individuo ocorrem num sistema de relações sociais e de vida social, onde o trabalho ocupa lugar central. A atividade psicológica interna do individuo tem sua origem na atividade externa.

Os processos mentais humanos (as funções psicológicas superiores) adquirirem uma estrutura necessariamente ligada aos meios e métodos sócio-históricamente formados e transmitidos no processo de trabalho cooperativo e de interação social. [...] As atividades mentais internas emergem das atividades prática desenvolvidas na sociedade humana com base no trabalho, e são formadas no curso da ontogênese de cada pessoa em cada nova geração (LEONTIEV p. 56-58)

Os processos psicológicos do individuo, internalizados a partir de processos interpsicológicos, passam a mediar à atividade entre o psiquismo e as relações concretas da existência do Ser humano. Ela assimila o mundo objetivo com um mundo de objetos humanos reproduzindo a partir de sua subjetividade, as ações humanas com eles.

O mundo cultural é um sistema de significados já estabelecidos por outros, de modo que, ao nascer, a criança encontra um mundo de valores (...), aonde ela vai se situar. Através das representações mentais e das expressões da linguagem, o Homem torna presente, para si e para os outros, realidades que ainda não aconteceram.
O bebê humano é lançado numa família ou espaço social, onde recebe um nome e onde os outros têm, em relação a ele, expectativas a respeito de quem deve ser, de que modo deve se comportar, que papel desempenhará naquele grupo (...). Assim, inicialmente a criança é alguém é corpo e consciência unificados, com uma personalidade (identidade), somente para os outros, que a identificam como o “filho parecido com a mãe”, “como futuro companheiro do pai”, “como o filho bonzinho, porque não incomoda (...)”, “o filho rebelde, que não obedece, que teve idéias próprias ou que não segue as regras estabelecidas pelos seus cuidadores”.

Aos poucos as vivencias, a constância dos acontecimentos e o amadurecimento vão possibilitando o desenvolvimento da reflexão espontânea.
O “Eu” é um conjunto de vivências qualidades, estados e ações. Resultado do que é ensinado à pessoa e do que ela faz disso; daquilo que ela ouve, vê, pensa, fala do que ela sente e pensa a respeito disso; daquilo que lhe dizem, lhe mostram, lhe ensinam, lhe fazem e do que ela pensa disso, sente e faz com isso. No início a noção do “Eu”, mostra-se influenciável pelas idéias dos outros (adulto) e as repetem.


É o início da construção da moralidade, obediência às regras, interpreta-os segundo o resultado e não segundo a intenção. Nesta fase não conhece a intencionalidade. A noção de justiça que possui, é que todo crime será castigado, que tem uma meta, um ideal e que é um bem a ser realizado. A qualidade do castigo não se relaciona com o delito, (ex: tirar algo da criança só por que ela gosta). Punido de acordo com o delito contribuir para o relativismo moral.
É partir desse comportamento que começa a noção de dever moral e respeito como algo sagrado. Não constroem regras, demonstram interesse em participar de atividades coletivas e suas regras. Inicia-se a consciência da construção do “Eu”, das trocas intelectuais, e começa a se efetuar alcançando paralelamente a formação da personalidade consciente. E de tomar consciência dessa relatividade, da perceptiva individual e a colocar em relação com o conjunto e o outro. As regras existem, mas pode haver trocas, construção, obediência e oposição. Justiça não significa necessariamente obedecer.


Os métodos de educar um filho são por coação e cooperação de acordo com a moral, que consiste um sistema de regras. E a essência de toda a moralidade deve ser procurada pelo respeito que o indivíduo adquire por estas regras.
A educação por coação, implica na relação assimétrica onde um pólo impõe ao outro sua forma de pensar, seus critérios, comportamento e verdades.
Não é recíproco, um impõe e o outro cumpre. Espancar os filhos em nome da “educação” está de acordo com seus valores institucionais, tradição, religião e família, que oferecem um modelo a ser seguido. Não há necessidade de espancar. Deve-se cumprir seu papel de autoridade para que as regras sejam apreendidas, porem explicando suas razões de ser.
Ajudando a criança sair do seu ponto de vista pré-estabelecidos e a compreender o ponto de vista alheio, oferecendo um modelo, dizendo como se deve ser, onde errou, porque errou (...).
A noção de “bem”, nasce da possibilidade de cooperação que significa “fazer igual ao outro”. Cooperação significa coordenar o ponto de vista próprio com o ponto de vista do outro. O equilíbrio não é a padronização dos comportamentos, através do espancamento ou outras atitudes de coação com a criança, mas sim o respeito e convivência das diferenças.
Não tem como se estruturar uma personalidade senão na relação, no tecimento, no compromisso ontológico com os outros. É através das mediações, de pessoas através das quais possa constituir-se alguém e desenvolver um modo de ser, que a personalidade humana se constitui.
Não somos o que queremos ser por que obedecemos a modelos que determinam o que podemos ou não fazer. Esses modelos dizem respeito à raça, sexo, idade, concepção de moral, e o respeito pelas suas regras internalizadas através do processo de aprendizagem e formação cultural que é transformada pela ação do individuo, e todas as expectativas externas e internas.


A liberdade de não poder fazer o que se quer, envolve o conflito entre a razão e emoção. Emoção é o que rege a felicidade. Precisa de um motivo; condição interna relativamente duradoura que leve o indivíduo, o que o predispõe a persistir num comportamento orientado para um objetivo, possibilitando a transformação ou a permanecia da situação. O que determinará será a motivação direcionada do objetivo ou meta. A emoção parte do sentimento. Estados emocionais e sentimentos formam a afetividade. Emoção é a mais intensa e, menos duradoura. Sentimentos menos intenso e mais duradouro. Ex: emoção – paixão, sentimento – amor.


A cultura reprime, controla as emoções, os valores, preconceitos e a moral que precisam ser constituídos. Não é possível destitui-se a emoção da razão. Obedecer quando se está motivado. Se for obrigação ou por obrigatoriedade, não será desejo próprio, resultará em conflito.
O respeito é inspirado pelos sentimentos de amor sagrado, (...). E aos poucos os sentimentos são substituídos pelo respeito mútuo.


Quase toda religião está fundamentada numa simples psicologia: medo glorificado em nome do inferno e amor (ambicioso) glorificado em nome do céu.

A intencionalidade da razão é inversa da emoção. Quanto maior a razão, menor a emoção. Ninguém nasce com uma personalidade formada, com um Eu constituído, definido. Todos nascemos ninguém e nos tornamos alguém especifico, diferente de outras pessoas, mediante um processo social , educacional e de relações, desde o momento em que nascemos. Assim corpo e consciência se unificam na direção de um futuro, da realização de um desejo de ser, e é justamente este movimento constante e esse esforço de unificação do corpo e da consciência, mediada pela reflexão, que possibilitam o aparecimento e o desenvolvimento, da personalidade do “EU”. O bebê humano não nasce medroso, ciumento, tímido, (...). São resultados de processo de relações a partir do nascimento.




O QUE É LIBERDADE?

Sabemos o que desejamos ou estamos sempre respondendo ao que os outros querem para nós, ou de nós?

Eu diria que de modo geral, respondemos as expectativas externas. Permitindo que estas expectativas nos mantenham aprisionadas em modelos. Passamos grande parte de nossa vida fazendo e adquirindo coisas que nos mantém em prisões mentais físicas e emocionais.

A liberdade é um estado mental, que se dá pela própria ação, ser livre é uma condição humana. Nós a conquistamos quando nos dispomos conscientemente a fazer escolhas, sem vergonha; culpa, medo ou censura.

Liberdade é um sinal da consciência do próprio “eu”, quando se tem consciência do que é necessário para manter, seu bem estar mental, emocional, físico e social. E faz escolhas para atingir essa meta, estará exercitando a liberdade e o reconhecimento da verdade.

O livre-arbítrio requer atos de coragem coerentes e constantes. Precisa-se de coragem para admitir que todas as coisas são possíveis e que é capaz de lidar com elas, escolhendo o que for melhor. Quando nos dispomos a demonstrar esse grau de coragem e nos arriscar, sabendo que: não importa o que aconteça, estaremos no lugar onde deveríamos estar, estaremos sendo livres.

Liberdade é a constatação de que não é determinado, que não está pronto, mas que pode fazer de si outra coisa, diferente do que aquilo que fizeram até então, saindo do dever ser, para poder ser. A vida passará a ser uma possibilidade e não uma “tarefa”.

O ser humano com autonomia não será um ser “reprimido”, mas sim um homem livre, pois estará livremente convencido de que o respeito mútuo é bom e legítimo. Tal liberdade lhe vem de sua razão, e sua afetividade. Aderindo espontaneamente as suas regras e normas. Não haverá luta entre afetividade e moral.

A liberdade só pode ser definida tornando-se como ponto de referência o indivíduo construindo a si mesmo com a ajuda dos outros. Portanto, não tem nada a ver com a possibilidade de se fazer seja o que for, pela simples razão de que se tem vontade de fazer tal coisa. O nome para isso é capricho.

A liberdade é a possibilidade de tecer vínculos com os que estão à nossa volta. Não é, portanto, um exercício solitário. A célebre fórmula: “Sua liberdade acaba onde começa a do outro” nos induz em erro. É preciso ser, pelo menos, dois para ser livre; mais exatamente, para estabelecer, dia após dia, regras de vida em comum satisfatórias para cada um.

Portanto, a liberdade nunca é adquirida definitivamente; não é suficiente limita-se a defender tal conquista. É necessário, permanentemente, defini-la, estabelecê-la, adaptá-la às condições de um mundo em constante mudança.
Saiba mais: POR QUE TANTAS REGRAS?

5 comentários:

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