Estou de acordo com Rajneesh, quando expõe o Amor, como: “O profundo desejo de ser uno com o todo, o profundo desejo de dissolver o Eu, o você, em uma unidade. O Amor é isso, porque estamos separados da nossa própria origem; devido a essa separação, surge o desejo de voltar para o Todo, de se tornar um com o Todo.
Se você arrancar uma árvore para fora de seu solo, se você a desenraizar, a árvore sentirá um grande desejo de voltar a estar enraizada no solo, porque esta era sua verdadeira vida. Agora ela está morrendo. separada a árvore não pode continuar a existir como árvore. Ela tem que existir na terra, com a terra, através da terra. Isso é o Amor. (Todas as plantas possuem um geotropismo, positivo ou negativo em relação ao solo).
Seu ego se tornou uma barreira entre você e sua terra, o Todo. O homem está sufocando, ele não consegue respirar, perdeu suas raízes. Ele já não é nutrido. O Amor é um desejo de nutrição; o Amor é um enraizar-se na existência.
E o fenômeno se torna mais fácil se você cair no pólo oposto – é por isso que o homem é atraído para a mulher e a mulher é atraída para o homem. O homem pode encontrar sua terra através da mulher, ele pode voltar a ficar com os pés no chão através da mulher, e a mulher pode por os pés no chão através do homem. Eles são opostos complementares. O homem sozinho é metade, numa necessidade desesperada de ser inteiro. A mulher sozinha é metade. Quando essas duas metades se encontram e se misturam e se fundem, pela primeira vez, nos sentimos enraizados com os pés no chão. Uma grande alegria surge no ser.
Não é somente na mulher que você se enraíza: é através da mulher que você se enraíza em Deus.
A mulher é simplesmente uma porta, o homem é simplesmente uma porta. O homem e a mulher são portas para Deus. O desejo de Amor é o desejo de Deus. Você pode entender isso, ou pode não entender, mas o desejo de Amor realmente prova a existência de Deus. Não existe nenhuma outra porta. Porque o homem ama, Deus é. Porque o homem não pode viver sem Amor, Deus é.
A ânsia de amar simplesmente diz que sozinhos nós sofremos e morremos. Juntos nós crescemos, somos nutridos, realizados, preenchidos.
Você pergunta: O que é o Amor?
Por que tenho tanto Medo do Amor?
É por esta razão também que a pessoa tem Medo do Amor – porque no momento em que você entra na mulher você perde seu ego, e a mulher entra no homem e perde seu ego.
Agora isto precisa ser entendido: você pode estar enraizado no Todo somente se perder a si mesmo; não há outra maneira.
Você é atraído em direção ao Todo por estar se sentindo desnutrido, e então quando chega o momento de desaparecer no Todo, você começa a sentir muito Medo.
Um grande Medo surge porque você está perdendo a si mesmo.
Você recua.
Este é o dilema.
Todo o ser humano tem que encarar isso, passar por isso, entender e transcender isso.
Você precisa entender que ambas as coisas estão surgindo da mesma coisa. Você sente que seria lindo desaparecer – nenhuma preocupação, nenhuma ansiedade, nenhuma responsabilidade. Você se tornará parte do Todo, como as árvores e as estrelas. A simples idéia é fantástica! Ela abre portas, portas misteriosas para dentro de seu ser; ela dá nascimento à poesia. Ela é romântica. Mas quando você realmente mergulhar nisso, surge o Medo de que: “Eu vou desaparecer, e quem sabe o que vai acontecer depois.”
É como um rio alcançando o deserto, ouvindo o sussurrar do deserto... O rio hesita, quer ir além do deserto, quer ir à busca do oceano; sente que existe um desejo e existe um sentimento sutil, uma certeza e uma convicção de que “meu destino é ir além!” Nenhuma razão visível pode ser apontada, mas existe uma convicção interior de que “Eu não terminarei aqui. Tenho que continuar procurando por algo maior.”Alguma coisa lá no fundo diz: “Tente, tente energicamente! E transcenda esse deserto.”
E então o deserto diz: “Ouça-me: o único jeito é evaporar-se, entregar-se, entregando-se aos ventos. Eles o levarão. Eles o levarão além do deserto.” O rio quer ir além do deserto, mas a dúvida é muito natural: “Qual é a prova, a garantia de que os ventos permitirão que eu volte a ser um rio? E quem sabe? Como poderia confiar que, uma vez que eu tenha me rendido ao vento, ele permitirá que eu volte a me separar?” Este é o Medo do Amor.
Você sabe, está convencido de que sem Amor não há felicidade, sem Amor não há vida, sem Amor você permanece faminto por algo desconhecido, permanece insatisfeito, vazio. Você é oco, nada tem; você é apenas um recipiente sem conteúdo. Você sente o vácuo, o vazio e o tormento disso. E você está convencido de que existem meios capazes de preenchê-lo.
Mas quando você se aproxima do Amor surge um grande Medo, surge a dúvida: se você relaxar, se realmente mergulhar nele, será capaz de voltar novamente? Será capaz de proteger sua identidade, sua personalidade? Vale a pena correr este risco? E a mente decide não correr o risco, porque pelo menos você é subnutrido, mal alimentado, faminto, miserável – mas pelo menos você é.
Desaparecendo em algum Amor, quem sabe?
Você irá desaparecer, e qual é a garantia de que haverá felicidade, haverá beatitude, haverá Deus?
É o mesmo Medo que uma semente experimente quando começa a morrer no solo. Isso é morte, e a semente é incapaz de conceber que haverá vida surgindo desta morte.
Ame a vida porque a vida é uma coisa que muda.
É um fluxo, a cada momento.
Quando você entrou neste blog, você era uma pessoa; quando deixar este você não será a mesma pessoa. Você apenas parecerá ser o mesmo.
Representamos o mundo, criamos e a transformamos, sucessivamente. Porém lembre-se: você não pode pisar no mesmo rio duas vezes – ele sempre será um rio, no entanto nunca será o mesmo.